Seja bem-vindo. Hoje é

PARA NOSSA REFLEXÃO


POR QUE AMO A IGREJA CATÓLICA – Parte 1


Amo a Igreja porque nela encontro Jesus Cristo. Sei que ele não está exclusivamente nela, mas sei que onde está a Igreja está o seu fundador Jesus.

Amo a Igreja porque ela está onde estão os batizados. Se sobrasse um único batizado sobre a face da terra, ele sendo Igreja, faria a Igreja presente no mundo.

Amo a Igreja porque ela é mãe, acolhendo os seus filhos e filhas com ternura, mesmo quando a abandonam ou a trocam para depois voltar a ela, porque nela encontram Jesus.

Amo a Igreja porque ela me corrige, chamando-me à conversão constante. E se me corrige, é porque quer meu bem, se importa comigo e me leva a Jesus.

Amo a Igreja porque ela é exigente, sem deixar de ser misericordiosa. Se pede que eu seja coerente com a Sagrada Escritura, com a Tradição e com o seu Magistério é porque ela não quer que eu ande por outro caminho que não seja Jesus.

Amo a Igreja porque ela é a minha família na fé, tão importante quanto a minha família que está na minha casa. Dela sou membro para sempre, e participarei da sua consumação, ocasião em que ela alcançará a sua plenitude.

Amo a Igreja porque nela me sinto bem, mesmo sendo pecador. A Igreja não peca, mas nós, seus filhos e filhas, pecamos, e nem por isso somos marginalizados. Sempre que queremos retornar a ela, somos acolhidos por Jesus.

Amo a Igreja porque ela é una; nela a unidade é perfeita, como perfeita é a comunhão entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. As divisões são o resultado de nossas limitações e pecados, a serem curados pela graça e pela reconciliação.

Amo a Igreja porque é católica, isto é, porque é universal, aberta a todas as pessoas, sem exceção, que queiram fazer de Jesus o Caminho, a Verdade e a Vida.

Fonte: Pão e Vinho Editora
Share:

A DUREZA DE DILMA - POR ALEXANDRE GARCIA



Ontem no Rio o governo botou a polícia contra manifestantes grevistas e contra privatizações, que queriam impedir a entrada da Presidente no Teatro Municipal, para entregar medalhas da Olimpíada de Matemática. Há muito a presidente endureceu com os grevistas. Deu-lhes um ultimato que já se esgotou: o sindicato que assinar acordo aceitando a proposta de governo, recebe os 15,8% em três anos. Quem não assinar, nada recebe. Ela chamou a polícia para os grevistas que ameaçavam passar dos limites do Palácio do Planalto e fez o mesmo em relação aos Trabalhadores sem Terra. A resposta para ambos foi cassetete e gás-de-pimenta. Houve tempo em que era o PT que assediava o palácio. Agora é o mesmo PT, mas assedia o governo do PT.
A presidente não tem origem petista, mas brizolista; no Rio Grande, integrava o governo do PDT de Alceu Collares. Muitos petistas acham que ela está indo longe demais. Ela acha que o PT está indo longe demais, principalmente a ala sindical. Com mais de ano e meio de presidência, Dilma aparece com as características mostradas quando ministra das Minas e Energia: ela decide, pouco delega, cobra, fiscaliza, impõe suas posições e passa pito nos seus auxiliares. Passa descompostura em ministros. Alguns já se queixam da centralização e as cobranças.
Economista, tem sido inflexível no controle das contas do executivo. É por isso que decidiu que não pode ir além dos 15,8% e mandou cortar o ponto. O corte foi pouco eficaz. Só serviu para lembrar a presidente que o ponto eletrônico, introduzido em 1996, ainda não está implantado na maciça maioria dos órgãos federais. O velho controle por assinatura em folha é falho. Também falha a ameaça de substituir a Polícia Federal grevista pelo Exército. Os militares não têm condições de servirem como polícia judiciária, de investigar, fazer perícias criminais e realizar inquéritos. Nem estão dispostos a isso.
Muito diferente do antecessor dela. O antecessor, em plena campanha eleitoral, já teria cedido, já teria apresentado algum pacote de bondades. Ela está sendo dura sem se importar com consequências eleitorais. E com as privatizações, ela está mais para Dama-de-Ferro. Alguns a chamam de generala(a boca pequena, é claro). Ela lembra a dureza do general Geisel. Mas há diferenças, além do fato de que Geisel foi eleito pelo Congresso, derrotando o doutor Ulysses e Dilma teve o voto popular, direto e secreto. Geisel nunca privatizou, embora nacionalista, como Dilma. Nas ironias brasileiras, quem privatizou foi o sociólogo marxista, FHC e o governo petista, ambos de esquerda. O de direita deu ênfase ao fortalecimento do estado. E ontem, no Rio, ao entregar prêmio de matemática. Chamou o evento de "festa da meritocracia". Usou o argumento principal de quem condena as cotas raciais
Share:

FILARMÔNICA SANTA CECÍLIA SE PREPARA PARA CELEBRAR 10 ANOS DE SUA CRIAÇÃO



FILARMÔNICA SANTA CECÍLIA SE PREPARA PARA CELEBRAR 10 ANOS DE SUA CRIAÇÃO

A festa do nosso Padroeiro São Sebastião aproxima-se e as equipes e Setores Missionários já agilizam suas atividades e eventos para serem realizados durante o período que antecede a mesma.

Como já dissemos antes, esse ano temos uma alegria especial por comemorarmos 10 anos de criação da Filarmônica Santa Cecília regida pelo querido Maestro Totó Medeiros que desenvolve esse belíssimo trabalho em nossa comunidade com a participação de crianças e jovens que vêem na música um sentido e uma opção tão importante principalmente nos dias atuais onde muitos estão à margem envolvidos em caminhos tão difíceis e tristes.

O trabalho realizado na Filarmônica Santa Cecília e também no grupo de Musicalização de flauta, é fundamental para nossa comunidade, pois além de ser um meio de envolver crianças e jovens na música, evangeliza e inclui os mesmos num ambiente cultural e social valorizando seus potenciais e procurando dar uma qualidade de vida melhor às suas famílias.


O Maestro Totó Medeiros em comunhão com o Padre Célio, já preparam muitas novidades e surpresas para acontecerem esse ano durante a realização da nossa festa.

Certamente aguardaremos ansiosos e com o nosso coração em clima de festa! 
Share:

34 anos da morte de João Paulo I



No dia 26 de agosto de 1978, 34 anos atrás, era escolhido à Cátedra de Pedro o então Patriarca de Veneza, Cardeal Albino Luciani, que tomou o nome de João Paulo I, em homenagem aos seus dois ilustres predecessores: João XXIII e Paulo VI, que tinha falecido 20 dias antes.
O “Papa do sorriso” foi encontrado morto no seu leito na manhã de 28 de setembro, apenas 33 dias após a sua eleição, mas a brevidade do seu Pontificado não ofusca a grandeza.
Em um longo artigo assinado por Dom Vincenzo Bertolone, Arcebispo metropolita de Catanzaro-Squillace e biógrafo de Papa Luciani, o jornal vaticano L’Osservatore Romano recordou neste domingo o seu legado e o seu convite aos fiéis a tomarem cada vez mais consciência das suas responsabilidades e a serem testemunhas da fé.
No seu discurso “urbi et orbi”, João Paulo I reafirmou à Igreja que o seu primeiro dever era o da evangelização e exortou a continuar o esforço ecumênico. No discurso de 10 de setembro, dirigido aos representantes da imprensa internacional, pediu a eles que “se aproximassem mais dos seus semelhantes para perceber melhor a ânsia de justiça, paz, de fraternidade, e instaurar com eles vínculos mais profundos de participação, de entendimento e de solidariedade em vista de um mundo mais justo e humano”.
Os quatro discursos da audiência geral da quarta-feira do “Papa humilde”, foram, precisamente, concentrados no tema da humildade, da fé, da esperança e da caridade, e pronunciados com um estilo todo pessoal que fez emergir imediatamente a vocação do Santo Padre à missão pastoral e catequética.
Outros nomes com os quais é recordado, de fato, são “Papa catequista” e “Papa pároco do mundo”, sublinhando assim o seu amor pela catequese, entendido como paixão comunicativa a serviço da verdade cristã e não como forma reduzida de evangelização.
Neste ano celebra-se ainda o centenário do nascimento do “Sorriso de Deus”: Papa Luciani, de fato, nasceu em Canale d’Agordo, na Província de Belluno, em 17 de outubro de 1912 e nos locais de sua origem já tiveram início os festejos com exposições de arte sacra e encontros a ele dedicados.
Share:

CRB promove seminário sobre Acordo Brasil Santa Sé



Cerca de 160 religiosos, religiosas, advogados e ecônomos de congregações religiosas de todo o país se reuniram em Brasilia (DF) nos dias 25 e 26 de agosto para o aprofundamento do Acordo Brasil-Santa Sé. A iniciativa da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) visa ajudar os religiosos a tomarem conhecimento dos direitos e deveres, das oportunidades que o Acordo oferece para a missão da Igreja e neste caso, para as Instituições Religiosas.
O evento contou com a assessoria do advogado da CRB, Dr. Hugo Sarubbi Cysneiros. Ele explicou que a convenção entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, assinada na Cidade-Estado do Vaticano, em 13 de novembro de 2008, estabeleceu um estatuto jurídico para a Igreja Católica no Brasil.
“O documento é fruto de um processo de negociação que durou mais de 50 anos, e compila diversos comandos legislativos já vigentes, além de clarificar e consolidar posicionamentos jurisprudenciais consagrados pelos Tribunais Superiores, de modo a dar específico enfoque à Igreja Católica Apostólica Romana”, disse o assessor.
Adotado como forma de convenção internacional, o Acordo confirma a personalidade jurídica internacional soberana da Santa Sé. “Portanto, não há que se falar em privilégio em favor da Igreja pelo fato de este ser o único tratado bilateral de tal espécie vigente, simplesmente porque ao Brasil não seria possível assinar tal tratado com outras confissões religiosas, já que elas não são representadas por organizações dotadas de personalidade de direito internacional público”, relatou.
Para os participantes do seminário, foi uma oportunidade de atualizar-se a respeito da nova legislação. O ecônomo geral dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora, padre Denilson Mariano, as informações do seminário são importantes para “uma melhor adequação das nossas instituições com as entidades civis, mas também nos ajudando a cumprir melhor a nossa missão naquilo que é específico nosso”.
Share:

IGREJA LEMBRA OS 13 ANOS DA MORTE DE DOM HELDER CÂMARA



Há 13 anos, a Igreja Católica perdia um de seus maiores líderes, o arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Câmara. Mais que uma liderança religiosa, dom Helder era referência na luta pela paz e pela justiça social; seus exemplos e palavras foram perpetuados até hoje. Em homenagem à sua memória, hoje, 27 de agosto, dom Helder terá seus restos mortais trasladados para uma capela especialmente projetada para recebê-los na Igreja da Sé, em Olinda. Até então, os restos mortais de dom Helder estavam guardados em um túmulo provisório em frente ao altar da Igreja da Sé.
Junto deles, serão colocados também os despojos do padre Antônio Henrique Pereira Neto e de dom José Lamartine, ambos amigos do arcebispo. Padre Antônio Henrique foi assessor da Pastoral da Juventude durante o pastoreio de dom Helder e dom José Lamartine, bispo auxiliar. A cerimônia será presidida às 9h pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
O site ‘Pernambuco’ informa que dom José Lamartine está enterrado em uma espécie de cemitério, localizado atrás da Igreja da Sé. Já o padre Antônio Henrique está sepultado no cemitério da Várzea, na Zona Oeste do Recife.
O trabalho de dom Hélder é conhecido em todo o mundo. Ele foi arcebispo de Olinda e Recife e também desempenhou funções em organizações não-governamentais, movimentos estudantis e operários, ligas comunitárias contra a fome e a miséria. Sofreu retaliações e perseguições por parte das autoridades do regime militar brasileiro.
A Igreja das Fronteiras, bairro da Boa Vista, ficou cheia de fiéis e emoção na manhã deste domingo, 26. Às 11h, o padre Sebastião Sá, celebrou missa em homenagem a dom Helder Câmara, dando prosseguimento à programação que decorre desde a última sexta-feira, para lembrar o aniversário da morte do arcebispo. O local foi escolhido porque lá dom Helder viveu os seus últimos dias, até falecer, em 27 de agosto de 1999.
Padre Antônio Henrique foi torturado e assassinado em 1969, durante o regime militar. O crime está impune até hoje, mas ganhou prioridade nas investigações da Comissão Estadual da Memória e Verdade. O sacerdote é tido como "Mártir da Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife".
Share:

pizza no mensalão - vergonha nacional


BRASÍLIA e Osasco (SP) - Radiante com o voto de Ricardo Lewandowski, o advogado Alberto Toron, defensor de João Paulo Cunha (PT-SP), comemorou a absolvição de seu cliente nos quatro crimes imputados pelo Ministério Público e pelo relator, Joaquim Barbosa. Toron está otimista e diz acreditar na completa absolvição do deputado e candidato a prefeito de Osasco (SP). O voto de Lewandowski, para Toron, lavou a alma do petista.
— Ficou comprovado que a SMP&B prestou todos os serviços. Com base no TCU e m laudos da Polícia Federal, ficou provado execução do serviço. Não houve corrupção. Ficou provado também que João Paulo pediu dinheiro para pesquisas. Esse voto lava a alma de João Paulo. Coloca as coisas nos seus devidos lugares. Mas não vamos comemorar nada por enquanto — disse Toron, que criticou o voto do relator.
No caminho até o local de entrevistas, Toron comentou que rezou muito por esse veredicto de Lewandowski.
— Mas sou judeu, não acendo vela — disse o advogado.
Toron criticou o voto de Barbosa:
— Joaquim Barbosa ignorou as provas e o que apresentei foi distorcido por ele.
Para ele, os argumentos do revisor a favor petista podem se estender a outros acusados.
— Abre uma perspectiva para os que mantiveram relações com a SMP&B. E para os diretores da agência.
Em Osasco, o voto de Lewandowski foi festejado pelos funcionários da campanha de João Paulo à prefeitura. O petista se recolheu para acompanhar a sessão do Supremo e evitou atividades de rua. Também não apareceu no comitê.
Comemoração em Osasco
A cada crime do qual João Paulo era inocentado, os funcionários do comitê gritavam, batiam palmas e botavam o jingle da campanha para tocar em volume alto. O voto serviu para reanimar os militantes, que se sentiam pessimistas com relação ao futuro do candidato.
— Foi muito importante. Estamos satisfeitos — disse o candidato a vice, Jorge Lapas.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, João Paulo informou que só dará declarações quando os ministros concluírem a votação.
Em Brasília, advogados dos outros réus no processo do mensalão, em especial daqueles acusados de lavagem de dinheiro, deixaram a sessão do Supremo otimistas. Mas nem todos comemoraram. Marcelo Leonardo e Marthius Lobato, que defendem Marcos Valério e Henrique Pizzolato, respectivamente, classificaram como contraditório o voto de Lewandowski.
Os dois entendem que o pedido de absolvição do revisor para João Paulo pelos crimes de corrupção passiva e peculato, em comparação ao voto dado pelo mesmo ministro no dia anterior, no caso de Henrique Pizzolato, é destoante.
— Algumas coisas que ele disse para poder excluir a responsabilidade do João Paulo são perfeitamente aplicáveis ao Pizzolato — disse Leonardo, referindo-se ao argumento de que João Paulo não seria o gestor direto dos recursos aplicados na publicidade da Câmara.
Pierpaolo Bottini, que defende o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), está confiante:
— Por decorrência lógica, a tendência é o revisor estender esse voto aos outros réus acusados de lavagem.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/esse-voto-lava-alma-de-joao-paulo-comemora-advogado-5882845#ixzz24SircyCk
© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
Share:

Missionários Ad Gentes visitam CNBB



Hoje, 23 de agosto, a sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil recebeu a visita dos Missionários Ad Gentes. O grupo de 37 pessoas é formado por religiosos, religiosas, leigos e leigas, de todo Brasil, que se encontram em Brasília para fazer o curso Ad Gentes. Esse curso tem o objetivo de oferecer uma formação específica para missionárias e missionários que serão enviados para atuarem em outros países.
Como parte do curso de formação, os missionários vieram à CNBB para conhecerem a sede da organização. O grupo foi recepcionado pela assessora da Comissão Episcopal para Amazônia, irmã Maria Irene dos Santos. Cada um dos participantes pode se apresentar, e em seguida, ouviram uma breve explicação do funcionário, Alex Barreto, sobre o funcionamento da CNNB, seus regionais, e alguns organismos vinculados. Posteriormente, puderam andar pela sede para conhecer a estrutura.
Argentina, Timor leste, Camarões, África do Sul, Peru, China, México, Moçambique, essas são apenas algumas das localidades para onde os Missionários Ad Gentes serão enviados. A irmã Maria Ines silva, por exemplo, é natural do Paraná (PR), está atualmente atuando em Mato Grosso, e será enviada para Moçambique. “Vamos com um projeto de trabalhar com agricultura, nutrição, e na dimensão da Evangelização”, explicou a religiosa.
A irmã Adelaide Hermógenes Nunes, natural de Juazeiro do Norte, irá para o Timor-Leste, no continente asiático, para ela, ser uma Missionária Ad Gentes é uma graça de Deus. “É tudo novo, vou me inculturar numa nova cultura, tenho muita esperança de ter grandes aprendizados”, disse.
“É um trabalho da Igreja do Brasil oferecendo missionários para outras regiões do mundo”, esclareceu Irmã Irene. “A igreja do brasil também é necessitada, mas está oferecendo pessoas para atuar em outras realidades que também precisam. Essa formação é uma preparação para estar em outra realidade, então é muito importante que eles passam por esse período de formação, para depois irem para outras terras”, completou.
Enquanto andavam pelas dependências da CNBB, o grupo se deparou com os bispos membros da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), que estavam reunidos e, de forma fraterna interromperam a reunião para acolher os missionários. “Que deus os abençoe e os acompanhe”, proferiu o arcebispo de Porto Alegre (RS), e membro da comissão, dom Dadeus Grings ao grupo.
O Curso Ad Gentes
É um curso de extensão promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM) de Brasília, DF, organismo vinculado à CNBB, em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Comissão Episcopal para Amazônia e o Instituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE), de Passo Fundo, RS, instituição mantida pelos Missionários da Sagrada Família da Província Brasil Meridional.
O curso é indicado também para missionários e missionárias que queiram se aprimorar nas temáticas relacionadas à missão, para amadurecer uma eventual decisão de elaborar caminhos e projetos junto à própria congregação, como para missionários e missionárias que já atuam fora do Brasil e, voltando de férias, desejam ter um tempo de reflexão e de atualização.
Share:

“Uma vergonha”, diz Dom Erwin sobre decisão do STF de soltar acusado da morte de irmã Dorothy



O ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu o pedido de habeas corpus, determinando a expedição de alvará de soltura para Regivaldo Pereira Galvão, condenado pelo Tribunal do Júri de Belém (PA) a 30 anos de reclusão pelo homicídio que vitimou a missionária Dorothy Stang. “Recebo essa informação com espanto”, declarou o bispo da prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Krautler.
“Não posso admitir que seja esta a Justiça de nosso país. Que Deus tenha pena de todos nós”, afirma o bispo, que avalia que a decisão do STF desconsidera o que foi determinado pelo Tribunal de Júri do Pará. “Esta notícia envergonha a todos”.
Com a decisão do STF, o juiz de Altamira (PA) Raimundo Moisés Flexa, expediu o alvará de soltura. Regivaldo foi solto na tarde desta quarta-feira. Está marcado, para o próximo dia 3, o depoimento do policial federal Fernando Luiz Raiol, que recentemente protocolou documento em cartório, revelando fatos sobre o assassinato da missionária que poderão ensejar a reabertura do caso.
Share:

VIVER



Assim como a criança necessita encontrar na mãe a segurança, o conforto, o alimento e o amor, o cristão encontra na Trindade Santa a sua própria identidade de vida. Nela toda ação provém de Deus e todo o serviço de Jesus Cristo, assim como todos os dons do Espírito Santo, de modo que haja “entre todos os fiéis uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo a condição e os múnus próprios de cada um, cooperem na construção do Corpo de Cristo” (Código do Direito Canônico, cân. 08; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 11).
As atitudes de Jesus junto ao seu povo no contexto de sua época e a forma como as primeiras comunidades cristãs assumiram a missão do anúncio do Evangelho, tornaram-se referenciais concretos para a compreensão do modo como devemos atuar no mundo, edificando o Reino de Deus e fazendo da solidariedade o cimento da vida comunitária, tanto dentro quanto fora da Igreja.
Após a realização do Concílio Vaticano II, em 1965, a ação pastoral conquistou lugar de comunhão e de participação na estrutura da Igreja, e todo o povo de Deus foi chamado para a missão. Na medida de seus conhecimentos, competências, todo batizado exerce a corresponsabilidade na vida da Igreja e torna-se indispensável o seu compromisso e engajamento na missão.
Um compromisso real
Escutar o chamado e assumir o serviço ao Reino de Deus exige disposição para superar limitações. A ação pastoral de leigos e leigas junto à sociedade obteve resultados motivadores, uma vez que o discipulado cristão conseguiu adentrar as mais diversas realidades sociais, políticas, econômicas e culturais. O compromisso religioso assumiu um potencial evangelizador à altura do combate contra as injustiças e as suas estruturas, conseguindo dar de beber a quem tem sede e de comer a quem tem fome, literalmente.
Como um profeta, o agente de pastoral necessita saber ler a realidade de forma crítica, questionadora, se incomodar e se posicionar sobre o que acontece. Aprofunda seus conhecimentos sobre a história da salvação e a compreensão sobre a conjuntura política, econômica e social do mundo, pois assim saberá melhor fundamentar suas ideias e ações. Exercer a profecia no advento deste novo século é ter respostas concretas e alternativas de vida para situações conflitantes, de modo que elas possam gradativamente modificar estruturas mais amplas da sociedade.
Os Evangelhos nos ajudam a discernir a partir do próprio testemunho do Cristo (cf. Mc 2,18-22; Lc 7,11-17; 11,27-28; Mt 9,27-31; 15,10-20; Jo 9,27-31), pelo qual somos chamados a compreender os desafios e as propostas a serem assumidos, para que seja efetivo nosso compromisso com o Evangelho.
[Leia + Para pensar e para aprofundar em grupo]
Para pensar
Ao nos depararmos com as situações de escravidão, de exploração e de opressão relatadas no livro do Êxodo (1;11;14), infelizmente percebemos que elas ainda se fazem presentes. Projetos de morte acontecem a todo o momento, tanto dentro de famílias como entre comunidades e países, no conflito armado e em guerras sangrentas, entre muitos outros noticiados nos jornais. A alta tecnologia, o crescimento econômico da globalização, os investimentos em pesquisas, por exemplo, não se configuraram em respostas, em projetos de vida e, a cada ano, século e milênio, agravantes na área da justiça social e da dignidade humana são ainda mais frequentes.
Deus enviou Moisés para promover a libertação e o projeto de vida clamado pelo povo hebreu que sofria com a escravidão no Egito (cf. Ex 3,1-10). Mesmo sentindo-se incapaz para tamanha responsabilidade, Moisés aceitou e acreditou no Deus verdadeiro e na sua promessa (cf. Ex 11-15), e hoje, séculos depois, nos faz pensar se teríamos hoje profetas entre nós com a sua coragem, e se não seríamos, a partir do compromisso com a nossa própria vocação, um deles.
Para aprofundar em grupo
Para ajudar no encontro de possíveis respostas, apresentamos para a leitura e reflexão três contextos essenciais para se compreender a força da comunidade que é escolhida por Deus e edificada como Igreja para servir. Cada um deles deverá ser indicado na Bíblia com cores diferentes, simbolizadas da seguinte forma:
Em vermelho – as situações de conflito vividas pelo povo de Israel.
Ex 2,23-25; 5,6-9
Em amarelo – a mediação humana realizada por Moisés
Ex 3,11; 4,1. 8-9.13; 5,22-23; 6,12
Em verde – as ações de Deus para libertar
Ex 3,7-10.12; 6,10-11; 9,1-4
As cores sinalizam os fatos, de modo que possamos reconhecer que as situações em vermelho devem receber bastante a nossa atenção, uma vez que são desafios a serem superados. As situações em amarelo precisam ser consideradas de acordo com as possibilidades de cada membro da comunidade, para que, assim como Moisés, possamos realizar a vontade do Pai. Por fim, as indicações em verde simbolizam que podemos sempre cofiar, pois Deus ouve e atende o clamor de seu povo.
Para vivenciar
A fé cristã é uma bonita história que se desenrola sob o olhar amoroso de Deus. A Revelação de Deus quer vida plena para seus filhos e quer cada um sábio o bastante para optar pelo melhor caminho. Deus, em Jesus Cristo, revela-se como Pai Misericordioso, que em sua bondade e sabedoria nos dá a conhecer o mistério da sua vontade. Por meio das maravilhas do mundo e do ser humano criado à sua imagem e semelhança, Deus vem ao encontro de todos que sinceramente o buscam. Jesus, em sua missão, com suas obras e mensagens, alcança o mais elevado grau e se constitui o critério absoluto de interpretação na história da salvação.
As situações da vida tornam-se experiências quando compartilhadas, testemunhadas. Nelas são retratadas esperanças e valores que revigoram a participação de cada membro da comunidade. Não mais sozinhas e sim edificadas em meio a tantos que vivem as mesmas alegrias e tristezas, as pessoas compreendem a maturidade do seu ser cristão e de ser, fazer conhecer e viver a Igreja a todo tempo, momento e lugar (Núcleo de Catequese Paulinas. Cristãos a serviço do Reino. São Paulo, Paulinas, 2009, pp. 99-108).
Share:

ESPIRITUALIDADE


Caminhava Jesus à beira do mar da Galiléia quando avistou dois pescadores que lançavam suas redes ao mar. Eram Pedro e seu irmão André. Ao ouvirem o chamado de Jesus, largaram as redes e, curiosos, o seguiram. Outra vez, cercado de várias pessoas, ele avistou Levi (Mateus), que era cobrador de impostos para o Império Romano e muito antipatizado pelos judeus. Provavelmente, os olhos de ambos se encontraram. Jesus com sua doce energia, Levi com sua perplexidade. O convite foi incisivo e curto: “‘Segue-me!’. Ele se levantou e o seguiu” (Mc 2,14). Assim foram sendo chamados os doze aos quais caberia a tarefa de anunciar a “Boa-Nova”.
Cabe-nos uma pergunta: seriam eles melhores que os outros que viviam naquela época? Por que teriam sido escolhidos? A resposta está na gratuidade da graça que Deus concede a alguns. “Chamou a si os que quis, e eles foram ter com ele” (Mc 3,13). Embora Deus conceda a alguns graças especiais, a cada pessoa ele concede todas as graças necessárias para a salvação.
Os discípulos atenderam ao convite sem perguntas, sem reservas, sem impor condições e sem perceberem que estavam colocando-se à disposição do Filho de Deus, que passaria a assumir o papel central em suas existências. A partir daquele momento, suas vidas jamais seriam as mesmas. Certamente, não avaliavam que eles seriam os primeiros membros da Igreja nascente e participantes da missão salvífica do Cristo. Atenderam prontamente, contam-nos os evangelhos. Mas no final da caminhada havia uma cruz, e nela estaria preso o corpo daquele que eles seguiam. Confusos e amedrontados, eles se acovardaram: Pedro, que ouvira de Jesus “Tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18), ao assistir à prisão do Mestre, tirou a espada e, num rompante, arrancou a orelha do soldado Malco. Momentos depois, temendo simples empregados que se encontravam do lado de fora de onde Jesus estava sendo julgado, negou por três vezes que o conhecia.
A escolha desses discípulos, tão parecidos conosco em nossas fraquezas, enche-nos de esperança.
Quando já não havia mais o Filho de Deus para orientá-los, eles receberam o Espírito Santo, o Santificador, que lhes infundiu a sabedoria suficiente para a divulgação da palavra do Cristo e a coragem indispensável para dar testemunho dos fatos até com a própria vida.
O chamado do Senhor continua a ter um caráter decisivo e gratuito, sendo, sempre, uma iniciativa divina que aguarda a correspondência humana. “Não fostes vós que me escolhestes”, diria mais tarde, “mas fui eu que vos escolhi.” Há uma frase que se tornou conhecida: “O Senhor não escolhe os capacitados, mas capacita quem escolhe”.
Todos somos chamados a diferentes tipos de responsabilidades, sempre considerando os carismas individuais e o livre-arbítrio, ou seja: a capacidade de dizermos sim ou não a tal chamado, sem que isso nos acarrete nenhuma punição de Deus, que respeita a nossa liberdade. As qualificações desses escolhidos, quase sempre, são desproporcionalmente pequenas se comparadas ao que irão realizar, mas a generosa disponibilidade atrai graças divinas: “Olhai quem foi chamado entre vós: não há muitos sábios, segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres” (1Cor 1,26).
Em nosso caminho incerto, assustados com as limitações e os tropeços, fixemos o olhar nas pegadas daquele que nos chamou e que, não se escandalizando com as nossas fraquezas, está sempre pronto a socorrer-nos (Silva, Anna Maria Martins. As pegadas que Cristo deixou. Reflexões bíblicas. São Paulo, Paulinas, 2008, pp. 21-22).
Share:

Paulinas lança revista eletrônica de catequese


Neste dia 20 de agosto, data em que a Família Paulina comemora 98 anos de fundação, Paulinas lançou a revista eletrônica Cibercatequese (www.cibercatequese.com.br) dirigida aos catequistas e aos agentes de pastoral de todo o Brasil.
Com periodicidade trimestral, Cibercatequese é uma ferramenta de ajuda os catequistas, na sua importante e desafiadora missão de transmitir à fé cristã.
Oferece conteúdos de formação catequética com amplo acesso e sem custo para os catequistas e para todas as pessoas desejosas de aprimorar sua vivência cristã.
Apresenta também, a ampla bibliografia que Paulinas publica nas áreas de liturgia, catequese e bíblia.
A revista eletrônica Cibercatequese estabelece uma comunicação direta com os catequistas segundo as três dimensões requeridas pelo Diretório Nacional de Catequese: ser: a pessoa do catequista, sua vocação e missão; saber: olhar a realidade, conhecer a Palavra, o mistério da Igreja, psicologia das idades; saber fazer: pedagogia catequética, metodologia catecumenal, didática.
Nela os catequistas encontrarão orientações para a vivência da espiritualidade, recursos didáticos, roteiros para celebrações, dinâmicas, além de informações sobre cursos e lançamentos de Paulinas.
Site - www.cibercatequese.com.br



Share:

ONDE COMEÇA A BAGUNÇA? - POR ALEXANDRE FARCIA

Quem procurar a definição de país, ou estado soberano, vai acabar encontrando, como menor denominador comum que um estado ou país é a nação organizada. É o Brasil uma nação organizada? Deixo a pergunta no ar. Se formos pesquisar um a um os ingredientes que se organizam, numa nação, para constituir um país, concluiremos que a maioria desses componentes está bagunçado. A educação, os transportes, a saúde, a segurança e a justiça, as instituições políticas, isso tudo está bagunçado. Seríamos, pois, uma nação bagunçada, sem características de país a ser levado a sério, com cidadãos descomprometidos com as leis e o estado descomprometido com seus cidadãos? E onde começa essa desorganização, que a gente não vê em sul-americanos como Chile e Uruguai?
Se tomarmos os últimos índices de desenvolvimento do ensino básico(IDEB), vamos ver que os alunos , em geral, estão reprovados em Português e Matemática: não conseguem chegar à metade da pontuação. Com raras exceções. Entre elas as escolas militares de Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Santa Maria, Campo Grande, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Salvador, Manaus, Brasília. Na fórmula dos bons resultados, a disciplina - comum em todas elas. Acabo de conversar com o diretor da escola Pedro II, em Brasília, que é dos bombeiros, e vem logo depois da escola militar. Ele me conta que aluno cabeludo, por exemplo, não entra. E professora não é "tia". Os pais não se conformam com a ordem e tiram o filho, contou ele.
Em imagens do JN no Ar, em escola de Alagoas - estado que gerou as piores notas do IDEB - vejo aluno de bonezinho dentro da aula; a câmera dá um close na mão que escreve, de uma menina de 10 anos, e as unhas estão pintadas de um vermelho-negro. Aí percebo a diferença entre uma escola com disciplina e outra onde vale-tudo. As do vale-tudo tentam atrair alunos com que as professoras chamam de lúdico: capoeira, funk, shows. São raríssimos os casos de concursos de matemática, português, poesia, redação, leitura, e muito menos visitas a lugares interessantes. No meu grupo escolar, em cidade que não tinha museus, nós visitávamos a fábrica de relógios, um moinho, uma atafona, uma olaria e até um alambique, para saber como funcionam. Tínhamos biblioteca e o jornalzinho da escola(de que eu era diretor-editor). São fatos da primeira metade dos anos 50, do século passado.
Mas não é na escola que começa, e sim em casa. São os pais que ensinam as primeiras noções de higiene, de honestidade, de postura, de respeito às leis e ao próximo, de civilidade, de amor ao livro. Hoje se transfere tudo isso para a escola e os pais lavam as mãos. Sem a formação vinda de casa, os professores lidam com crianças que as ameaçam ou os mestres são ameaçados pelos pais de maus alunos. E o aluno bagunceiro, que no futuro vai bagunçar ainda mais o país bagunçado, é considerado apenas uma vítima do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade(TDAH), como lembra a Veja desta semana. Que futuro estaria reservado para este país chamado
Share:

Infância e Adolescência Missionária prepara celebração dos seus 170 anos

Em 2013, A Infância e Adolescência Missionária (IAM), uma das quatro Pontifícias Obras Missionárias (POM) celebra 170 anos de fundação. Presente em todo o mundo, a Obra nasceu em 1843 e deve seu nome à vontade de confiá-la à proteção do Menino Jesus. “Com a convicção de que as crianças podem ser uma força espiritual e social para uma real transformação do mundo, a IAM pretende suscitar um movimento de crianças cristãs dedicadas a ajudar outras crianças”.
Com base nesses princípios, presentes no Estatuto das Pontifícias Obras Missionárias, o Ano da IAM será comemorado entre maio de 2013 e maio de 2014 para dar continuidade ao crescimento da Obra no Brasil. A celebração será aberta com a Jornada Nacional da Infância e Adolescência Missionária. Trata-se de um evento permanente que deve fazer parte da agenda anual da Obra a partir de 2013.
“A Jornada Nacional da IAM será um evento anual que acontecerá sempre no terceiro domingo de maio, com o objetivo de consagrar as crianças de todo o Brasil aos cinco continentes. No próximo ano as consagraremos ao continente americano e, na Assembleia Nacional da IAM (dezembro), nós escolhemos o tema e o lema e o continente que será consagrado no ano seguinte”, explicou o secretário nacional da Obra, padre André Luiz de Negreiros.
Durante a celebração do Ano da IAM, as crianças e adolescentes, a exemplo da Campanha Missionária, receberão em seus grupos, hoje em torno de 30 mil, espalhados em todo o Brasil, os materiais e subsídios de apoio como cartaz, logomarca, tema e lema, roteiros de celebração e, como compromisso, juntamente com os assessores, o lenço e escudo (símbolos da Obra) e os novos materiais que estão em fase de reformulação.
Segundo padre André, a Jornada Nacional da IAM possibilitará também a organização do envio dos cofrinhos missionários que hoje acontece ao longo de todo o ano. “Maio seria dedicado ao envio dos cofrinhos missionários com data fixa para a arrecadação, como é feito hoje com a Campanha Missionária. Assim a prestação de contas seria acompanhada com mais proximidade”, disse o secretário.
Atividades no Ano da IAM
A proposta das Pontifícias Obras Missionárias é que os regionais façam, durante a celebração do Ano da IAM, minicongressos diocesanos ou com o agrupamento de dioceses vizinhas. A temática deve estar em sintonia com o Congresso Americano da IAM que acontecerá em 2014, em Aparecida (SP), evento para assessores da IAM, que será o desfecho das celebrações dos 170 anos da Obra. “Sugerimos que os minicongressos sejam celebrados nas dioceses numa manhã ou tarde, ou no dia inteiro; as POM enviarão o material para que os estaduais acompanhem os congressos. Cada regional tem liberdade para fazer ao seu modo, mas em sintonia com todo o Brasil”.
No estado de São Paulo a equipe executiva da IAM começa a se organizar para preparar as celebrações. No próximo mês de setembro haverá uma reunião para definir a programação, mas a coordenadora estadual, Nádia Maria Fusinato, antecipa que as dioceses irão comemorar cada uma a seu modo. “Com missas, caminhadas, eventos de animação, gincanas, visitas, terços missionários”.
O Paraná, por sua vez, já deu início às celebrações, conforme nos relatou a coordenadora estadual, Elaine Machado. “Em nosso regional já estão acontecendo muitas atividades como minicongressos, congressos provinciais, Encontros de Formação da IAM, encontros diocesanos, preparação de materiais, terços missionários, conscientização das famílias e visitas nas escolas”.
O secretário vê nos eventos uma fórmula eficaz para dar visibilidade à Infância e Adolescência Missionária. É o que ele chama de “reforço para a catequese”, e explica por que. “A IAM deve ser reconhecida pela Igreja como o agir da catequese. Se na catequese a criança começa a conhecer e a amar a Igreja, na IAM ela faz a missão e a coloca em prática. Ela começa a entender e aprende o que é a missão permanente, o compromisso que ensinamos através da Infância e Adolescência Missionária”.
Share:

“Queriam calar Igreja e estudantes”, afirma assessor em evento no Recife



O assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) padre José Ernanne Pinheiro declarou no dia 17 de agosto, em sessão pública da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), que o assassinato do padre Henrique, em maio de 1969, foi uma tentativa da repressão de calar os dois segmentos mais atuantes da sociedade pernambucana naquele momento: a Igreja Católica e o movimento estudantil. Na época, o padre Ernanne era o vigário-geral da Arquidiocese de Olinda e Recife e acompanhou todos os ataques e a pressão sofrida por dom Helder e seus principais assessores e amigos.
A morte do padre Henrique era um ataque indireto a dom Helder. Além disso, Henrique cuidava da Pastoral da Juventude e tinha muita influência entre os estudantes, o que também incomodava. Não tenho nomes para acusar por esse fato, mas está claro que se tratou de um crime político”, avaliou padre Ernanne. Para o religioso, a Comissão da Verdade cumpre uma tarefa primordial dentro do processo de registro histórico brasileiro. “As próximas gerações precisam conhecer seus heróis. Esperamos que essa comissão, a nacional e as demais que estão surgindo nos outros Estados contribuam para isso”, frisou.
Em seu depoimento, padre Ernanne esclareceu que dentro da própria Igreja Católica existiam correntes adversas e que bispos e padres colaboraram com a repressão. “Em Pernambuco, sob o comando de dom Helder nos posicionamos ao lado da democracia e dos excluídos”, completou.
Para o advogado Pedro Eurico, relator do caso Padre Henrique na comissão, o depoimento reforçou o entendimento de que vários setores da sociedade pernambucana sujaram as mãos de sangue durante a ditadura. “Não era apenas a Polícia e as Forças Armadas que estavam na vanguarda desse movimento. Muitos civis se engajaram na repressão e se beneficiaram disso posteriormente”, concluiu.
O presidente da comissão, Fernando Coelho, afirmou que o depoimento trouxe elementos importantes para a investigação. “Ficamos honrados com a presença do padre Ernanne, pela clareza de suas ideias e pela contextualização do momento histórico que eles nos trouxe”.
A comissão resolveu adiar, do dia 23 para dia 30 deste mês, o depoimento do ex-major da PM de Pernambuco José Ferreira dos Anjos. Os integrantes da comissão querem mais tempo para se preparar para ouvir o ex-militar, considerado uma das fontes mais ricas sobre o período da ditadura no Estado. Ferreira foi recrutado dentro da PM pelo 4º Exército e atuou diretamente na repressão aos opositores do golpe militar de 1964. Sobre a importância das informações guardadas pelo ex-major, o advogado Humberto Vieira de Melo, membro da comissão, foi enfático. “Basta que ele repita o que nos disse na sessão reservada”, ressaltou.
Leia na íntegra o depoimento do padre José Ernanne, sobre o trucidamento do padre Antonio Henrique Pereira Neto, na Comissão da Verdade e da Memória Dom Helder Camara, em Pernambuco.
Exmo. Sr Dr. Fernando Coelho, presidente da Comissão,
Exmo. Sr. Dr. Pedro Eurico, relator do caso Padre Henrique na Comissão,
Demais membros da Comissão da Verdade e da Memória,
Meus Senhores e minhas Senhoras,
Meu depoimento perante esta significativa Comissão é eclesial. No período, eu exercia o cargo de Vigário Episcopal dos Leigos na Arquidiocese de Olinda Recife e como tal fui nomeado pelo arcebispo Dom Helder Camara, na missa de corpo presente, o sucessor do padre Henrique para dar continuidade aos trabalhos da Pastoral de juventude. Vou tentar organizar minha reflexão em cinco partes:
1. Quem era o Padre Henrique e como realizava o trabalho pastoral;
2. O contexto da Igreja em Olinda e Recife no período;
3. O bárbaro trucidamento do padre Antônio Henrique;
4. A morte do padre Antonio Henrique e a Igreja de Olinda e Recife;
5. As repercussões do trucidamento do padre e perguntas consequentes.
1. Quem era Padre Antônio Henrique Pereira Neto e seu trabalho pastoral
Nasceu no Recife aos 28 de outubro de 1940. Fez sua formação sacerdotal em Olinda, João Pessoa, com estudos de psicologia nos Estados Unidos. Foi ordenado sacerdote aos 25/12/1965, poucos dias após o término do Concílio Vaticano II.
Desde os tempos de Seminário, manifestava uma vocação para trabalhar com a juventude. Vários grupos de secundaristas e universitários recebiam sua orientação. Henrique defendia uma proposta metodológica baseada no seguinte princípio: o final do curso médio e o início do curso universitário é um momento propício para ajudar os jovens a se encaminhar para a vida.
Padre Henrique já tinha a experiência da Juventude Estudantil Católica (JEC); mas para melhor se preparar para sua missão, participava de encontros de pastoral de juventude a nível regional, nacional e latino-americano. Para fundamentar cada vez mais seus pressupostos apostólicos, dedicava bastante tempo aos estudos, sobretudo das Sagradas Escrituras e da Liturgia. Como responsável da Pastoral da Juventude da Arquidiocese reservava suas tardes para atender os jovens que o procuravam para conversar e discutir temas de interesse juvenil no próprio prédio do secretário arquidiocesano – o Juvenato Dom Vital. Também atendia no Colégio Marista do Centro, em parceria com os irmãos maristas no trabalho de formação dos jovens.
Solicitei ajuda para o meu depoimento a membros dos grupos acompanhados pelo padre Henrique, perguntando: como funcionava a metodologia do grupo e qual o papel do Padre Henrique no relacionamento com os jovens. Recebi um depoimento esclarecedor, através de Lavínia Lins, após trocar ideias com outros/as colegas:
“...Éramos naquela época, amigos e conhecidos, (alguns filhos de pais que eram amigos), que se encontravam para conversar, “paquerar”, formar banda de música (“conjunto”, na época), organizar quadrilhas no São João. Henrique (assim gostava de ser chamado) havia aparecido por ali porque “um dos jovens estava tendo problemas com os pais” e ele intermediava diálogos entre eles. Os meninos então começaram a se encontrar com ele (Henrique) com regularidade. As meninas souberam e se interessaram.
Passamos a nos reunir às 3ª feiras à noite, para conversas (a “reunião”) e domingos à tarde para a missa e debates. Às vezes os pais iam à reunião e um diálogo entre gerações era mediado por ele. Com cada um de nós Henrique estabelecia uma relação pessoal, de intimidade e conhecimento. Chegou a aplicar alguns testes psicológicos (como o desenho de árvore e da família) buscando aproximar-se, saber mais sobre cada um de nós.
Sua postura era de aceitação (tão importante nesta idade) e sua linguagem era a nossa. Era jovem também. Favorecia as relações e a exposição sadia de cada um no grupo. Nossas vozes eram ouvidas e repercutiam. Sentíamos pertencendo a algo que nós mesmos criávamos. Era com este sentimento que estávamos sendo direcionados, de forma muito inteligente, a não nos envolver com álcool e drogas e a repensar temas que nos cercavam, como: as relações interpessoais, com outras gerações, temas sociais como a prostituição, etc.
Ao mesmo tempo nos oferecia a Igreja Católica, não apenas na vivência dos encontros, mas através de uma missa descontraída, onde se tocava violão e cantava. Cada etapa era explicada. A missa agora era “prazerosa”. Um clima de informalidade e participação, incluindo as nossas realidades na própria celebração. Tudo era muito real e próximo, assim como as relações que se estabeleciam com amizades que duram até hoje, apesar da distância, namoros que evoluíram para casamentos que se mantêm. Henrique nos mostrava uma forma nova de nos relacionar conosco mesmos, com o outro, com o mundo”.
2. O contexto da Igreja em Olinda e Recife no período
Padre Henrique assimilou com carinho as perspectivas da Igreja do Concílio Vaticano II, em clima de diálogo com o mundo, em clima de ecumenismo. Era um jovem que vivia a primavera da Igreja em renovação. E a nomeação inesperada de Dom Hélder Camara para o Recife, exatamente nesse período, lhe era providencial e tornou-se para o nosso jovem padre um modelo a imitar e uma corresponsabilidade a exercer.
Dois fatores significativos acentuavam a importância primordial da presença de Dom Helder no Nordeste do Brasil no momento:
- O recente golpe militar de 31 de março de 1964;
- O Concílio Vaticano II em pujante evolução na perspectiva de renovar a Igreja e melhor servir no mundo atual (duas sessões tinham acontecido).
Diante do regime militar, eram já conhecidas suas posições, tanto pela atuação na cidade do Rio de Janeiro como em nível nacional - em defesa dos direitos dos pobres, da democracia e da liberdade de expressão.
Durante o Concílio Vaticano II, exercendo, no período, a missão de Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lhe foi oferecida a possibilidade de ser, em breve, missionário do mundo, como peregrino da justiça e da paz, o que, de fato, aconteceu e o exerceu com maestria.
Construiu imediatamente um relacionamento especial de amizade durante o Concílio com os Bispos que tinham maior sensibilidade para a problemática do então chamado “Terceiro Mundo”. Neste contexto, surge o famoso grupo de Bispos, provenientes de todos os Continentes, que se encontrava para refletir sobre a missão da Igreja junto aos pobres e a necessidade da Igreja ser sinal do Cristo pobre.
Estes fatores históricos tornavam Dom Hélder um homem de características excepcionais para assumir o pastoreio numa região sofrida como o Nordeste, numa cidade cheia de contrastes sociais como o Recife, num momento político específico.
Dom Helder assumia o seu pastoreio a 12 dias do golpe militar de 1964. A cidade do Recife era palco de numerosas prisões, exílios, por motivos políticos. O medo invadia a população. Havia um clima de sobressalto. A cada momento poderia haver novas prisões, novos pichamentos...
Dom Hélder, logo na mensagem de chegada, abre o coração aos seus diocesanos, procurando desarmar os espíritos. Fez uma saudação ao povo, ao seu povo, logo ao chegar ao Recife, permeada de liberdade evangélica, embebida de sabor profético – anúncio e denúncia, de teor missionário. Apresenta-se como o bispo de todos ao explicitar sua postura pessoal e suas prioridades: ”Ninguém se escandalize quando me vir frequentando criaturas tidas como indignas e pecadoras. Quem não é pecador? Quem pode jogar a primeira pedra? Nosso Senhor, acusado de andar com publicanos e almoçar com pecadores, respondeu que justamente os doentes é que precisam de médico. Ninguém se espante me vendo com criaturas tidas como envolventes e perigosas, da esquerda ou da direita, da situação ou da oposição, antirreformistas ou reformistas, antirrevolucionárias ou revolucionárias, tidas como de boa ou de má fé. Ninguém pretenda prender-me a um grupo, ligar-me a um partido, tendo como amigos os seus amigos e querendo que eu adote as suas inimizades. Minha porta e meu coração estarão abertos a todos, absolutamente a todos. Cristo morreu por todos os homens: a ninguém devo excluir do diálogo fraterno”.
3. O bárbaro trucidamento do Padre Antonio Henrique
Padre Antônio Henrique foi formado na escola do seu Pastor Dom Helder. Também era fruto tanto da renovação da Igreja em pleno Concílio Vaticano II como fruto do compromisso com o mundo estudantil, ainda em ebulição, contra a ditadura militar. Henrique tinha consciência de que corria risco. Estava comprometido com as causas dos estudantes universitários, ainda muito politizados, e fazia seu trabalho pastoral em sintonia com a dimensão profética da Arquidiocese com contínuas denúncias contra as arbitrariedades da ditadura milita; isto o levava a viver em vigilância.
Seu bárbaro trucidamento aconteceu no dia 27 de maio de 1969. Na tarde do dia 26 de maio ainda recebeu vários jovens no Juvenato. Por volta das 19 horas saiu para uma reunião no bairro de Parnamirim, onde permaneceu com os jovens acompanhados dos seus pais, até às 22,30 horas. Conforme depoimento do grupo de Lavínia Lins já citado, após a última reunião quando o Padre Henrique entrou num carro desconhecido:
“Nosso último encontro se deu para que os pais e os filhos pudessem discutir tendo Henrique como intermediador. O clima era agradável e seguro. Saí com meus pais e no Largo do Parnamirim, avistei Henrique pela última vez. Passamos de carro e tentei acenar para ele. Sem nos ver, entrava numa “rural” verde e branca, me parece. Dois homens estavam fora do carro, de porta aberta, junto com ele. Outro dirigia. Depois foi apenas a notícia”.
Na manhã seguinte, as autoridades eclesiásticas foram advertidas de que havia um corpo num capinzal ao lado da Universidade, reconhecido como o corpo do padre Henrique. Fora transportado para o necrotério público onde Dom Helder logo acorreu. Outros padres, inclusive Dom Basílio Penido, o abade do mosteiro de São Bento, médico, também se aproximaram e aí permaneceram até a conclusão da necropsia. O sacerdote tinha sido amarrado, arrastado, recebeu três tiros na cabeça e algumas torturas; todos os golpes atingiram exclusivamente a cabeça e o pescoço, conforme atesta o próprio Dom Basílio Penido.
O corpo foi velado na matriz do Espinheiro, onde aconteceram duas celebrações – uma às 21 horas do mesmo dia e outra na manhã seguinte antes de partir para o cemitério. Nesse contexto, foi divulgada uma nota do Governo Colegiado da Arquidiocese, expressando a dor da arquidiocese, o sofrimento dos jovens em plena comoção, dos familiares perplexos.
Como a Igreja local não dispunha de meios de comunicação viáveis para divulgar o acontecimento e a imprensa local estava sob censura, o texto da Nota, após pronunciada, foi mimeografado e distribuída pelas paróquias, pelos colégios e universidades, fato que fez acorrer uma grande quantidade de pessoas para a celebração e, logo depois, para o enterro. A Nota foi redigida e discutida com a participação de 40 padres, vários deles membros do Conselho Presbiteral.
A Nota do Governo Colegiado da Arquidiocese de Olinda e Recife :
1. Cumprimos o pesaroso dever de comunicar o bárbaro trucidamento do padre Antônio Henrique Pereira Neto, cometido na noite anterior, 26 de maio, nesta cidade do Recife;
2. Aos 29 anos de idade e 3 anos de sacerdote, o padre Henrique dedicou a vida ao apostolado da juventude, trabalhando sobretudo com os universitários. Até às 22,30 horas de ontem, segundo o testemunho de um grupo de casais, esteve reunido, em Parnamirim, com pais e filhos, na tentativa que lhe era tão cara, de aproximar gerações;
3. O que há de particularmente grave no presente crime, além dos requintes de perversidade de que se reveste (a vítima foi amarrada, golpeada no pescoço e recebeu três tiros na cabeça) é a certeza prática de que o atentado brutal se prende a uma série pré-estabelecida e objeto de ameaças e avisos;
4. Houve, primeiro, ameaças escritas em Edifícios, acompanhadas por vezes, de disparos de armas de fogo. O Palácio de Manguinho recebeu numerosas inscrições. A Sede do Secretariado Arquidiocesano e Regional nordeste II foi alvejado. A residência do Arcebispo, na igreja das Fronteiras, alvejada e pichada.
5. Vieram, depois, ameaças telefônicas, com o anúncio de que já estavam escolhidas as próximas vítimas. A primeira foi o estudante Cândido Pinto de Melo, quartanista de engenharia, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco. Acha-se inutilizado, com a medula seccionada. A segunda foi um jovem sacerdote, cujo crime exclusivo consistiu em exercer apostolado entre os estudantes.
6. Como cristãos, e a exemplo de Cristo e do proto-mártir Santo Estevam, pedimos a Deus perdão para os assassinos, repetindo a palavra do mestre: “Eles não sabem o que fazem”.
Mas julgamo-nos no direito e no dever de erguer um clamor para que ao menos, não prossiga o trabalho sinistro deste novo esquadrão da morte.
7. Que o holocausto do padre Antônio Henrique obtenha de Deus a graça da continuação do trabalho pelo qual doou a vida e a conversão dos seus algozes.
Recife, 27 de maio de 1969.
+Dom Helder, arcebispo de Olinda e Recife,
+Dom José Lamartine, Bispo Auxiliar e Vigário Geral,
Monsenhor Isnaldo Fonseca, Vigário Episcopal,
Monsenhor Arnaldo Cabral, Vigário Episcopal,
Mons Ernanne Pinheiro, Vigário Episcopal
O percurso da Igreja do Espinheiro em direção ao cemitério, sobretudo na Avenida Caxangá, parecia um campo de guerra. O cortejo fúnebre foi crescendo em população durante a caminhada; contou com a presença de mais ou menos 8 mil pessoas. Também aconteceram alguns incidentes desagradáveis. Invasão do cortejo por policiais para prender personalidades como o deputado federal cassado Oswaldo Lima Filho presente ao enterro e a invasão do cortejo para mandar tirar as faixas conduzidas pelas lideranças estudantis: ”Os militares mataram Padre Henrique”.
O enterro aconteceu no cemitério da Várzea, a pedido da família. Lá chegando, o recinto estava totalmente cercado por forças militares, o que impedia qualquer manifestação. Era plano dos estudantes expressarem sua indignação juvenil diante do que eles estavam presenciando, o que Dom Helder tinha evitado que acontecesse no interior da Igreja do Espinheiro.
Dom Helder acompanhou com muita unção todo o cortejo e foi perspicaz em perceber o quadro à chegada do cemitério. Procurando evitar possíveis confrontos, subiu numa cadeira, acenou para a população com um lenço branco em sinal de paz, rezou um Pai Nosso com a população, deu uma benção e solicitou que todos se retirassem em silêncio. Um silêncio piedoso, mas extremamente gritante.
4. A morte do padre Antonio Henrique e a Igreja de Olinda e Recife
A missa de 7º. dia foi o momento forte para a assimilação do trágico ocorrido.
A Arquidiocese, tentando evitar fatos indesejáveis, preferiu descentralizar a celebração; preparou um texto litúrgico unificado para orientação de todas as paróquias e centros religiosos. Foi a ocasião para oferecer os critérios cristãos para avaliar o trágico acontecimento. Sua introdução dizia o seguinte: “Meus irmãos, há sete dias precisamente Antônio Henrique, presbítero da Igreja de Deus no Recife, foi trucidado por causa do Evangelho de Jesus Cristo. Reunidos, hoje aqui, não são pensamentos de ódio ou de vingança, não é a sede de mais sangue que nos movem e nos irmanam. São pensamentos de paz. Paz que brota da fé. Fé que fala mais alto do que a perversidade dos maus. Fé, que nos diz que padre Antonio Henrique está com Jesus, no Reino dos vivos. Fé que nos faz apreciar a importância do seu holocausto e ouvir os apelos de Deus a continuarmos o trabalho que padre Henrique começou. Imploremos a misericórdia de Deus sobre todos nós, que vivemos esta hora triste e angustiante; sobre a família do padre Henrique; sobre o mundo que mata aqueles que lhe anunciam a verdadeira paz; sobre os assassinos do padre Antonio Henrique”.
Na missa de 30º. dia, a homilia de Dom Helder amplia a reflexão numa leitura religiosa do trágico acontecimento em sua relação com o momento político. Começou a Homilia com uma pergunta: “O que diria o nosso Padre Henrique se Deus lhe permitisse que ele mesmo pregasse a homilia desta Missa? Que ponderações teria a fazer, que sugestões a apresentar, falando-nos de junto de Deus, onde nossa fé espera que ele se ache? Salvo engano, começaria repetindo a palavra de Nosso Senhor, em sua paixão:”Não choreis sobre mim, mas sobre vós e vossos filhos” (Lc 23,28)”.
E apresenta “Apelo que chega da eternidade”:
- da eternidade, de junto de Deus, ele apela para todos os que acusam a Igreja no Nordeste, de subversão e comunismo. Comparem o que estamos pregando em nossa região com o Ensino Social da Igreja, ainda recentemente expresso por Paulo VI em Genebra: estamos rigorosamente dentro da “Populorum Progressio” e das conclusos de Medellin;
- da eternidade, de junto de Deus, ele pede aos Governantes que, sem perda de tempo, partam para a reforma de base e, de modo particular, para a reforma agrária. Mas adverte que será impossível qualquer mudança autêntica de estrutura através de reforma conduzida de cima para baixo. Ou o Povo participa como agente de mudança, ou não haverá promoção humana e social;
- da eternidade, de junto de Deus, ele pede aos Responsáveis pela ordem pública que, quanto antes, terminem as medidas de exceção que estão tornando impossível o uso de processos democráticos da parte dos cidadãos em geral, e especialmente dos estudantes, e dos trabalhadores. A situação presente cria clima propício a arbitrariedades, e abusos, a crimes (e não seria difícil apontar casos, de que são tristes exemplos os esquadrões da morte). A situação presente impele os mais impacientes para a clandestinidade, a radicalização e a violência.
Estas afirmações do nosso Arcebispo Dom Helder Camara levam-nos a considerar que a morte do padre Henrique, por motivações sócio-políticas, mas com convicções cristãs sólidas, não era uma exceção na América Latina. Estávamos rodeados de densa nuvem de testemunhos de fé (cf. carta aos Hebreus 12,1).
Nos anos das ditaduras na América Latina foram publicadas muitas reflexões sobre o conceito de martírio, valorizando os que tombaram numa luta pela democracia, em busca da justiça, motivados pela fé, sabendo que poderiam pagar com a vida sua doação.
O padre jesuita Karl Rahner, considerado o grande teólogo do século XX, fala sobre a necessidade de ampliação do conceito clássico de martírio. Propõe que o termo martírio seja aplicado tanto para a morte suportada pela fé como pela morte que tem sua origem num compromisso e numa luta ativa, assumidos pela mesma fé.
5. As repercussões do trucidamento do padre e perguntas consequentes
A Igreja local de Olinda e Recife não ficou isolada nesse sofrido momento. Recebeu solidariedades diversas e significativas do Brasil e do exterior. Confortadora para todos, mas sobretudo para Dom Helder, foi a visita imediata do Secretário Geral da CNBB, Dom Aloísio Lorscheider.
Chegaram Mensagens do Santo Padre Paulo VI, do Secretário de Estado do Vaticano, da Presidência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano), da Nunciatura Apostólica e tantas outras.
O Governador do Estado da época, Sr. Nilo Coelho, nomeou uma Comissão de Inquérito e entregou sua presidência ao Magistrado, juiz da 11ª. Vara, o Dr. Aloísio Xavier e para desempenhar as funções de Procurador nomeou o Dr. Rorinildo da Rocha Leão.
Logo no dia 11 de junho de 1969, o Dr. Aloísio Xavier, segundo publicou o jornal Diário de Pernambuco, deu um excelente testemunho em favor da conduta do sacerdote, afirmando com palavras claras e incisivas que valeu como uma resposta a todas as insinuações veiculadas por órgãos da imprensa.
Convidado a depor sobre o assassinato do Padre Antônio Henrique, na Comissão Judiciária, em abril de 1975, Dom Helder solicitou a anexação aos autos do processo sua declaração.
Ele relembra em detalhes os acontecimentos de maio de 1969, a nota do Governo Colegiado da Arquidiocese, o caminhar da Comissão Judiciária, as fases do processo e repete perguntas publicadas em Nota, no dia 29 de Agosto de 1969, fazendo sérias considerações (importante de serem explicitadas mesmo se algumas já atendidas).
Fala Dom Helder na sua declaração: “Como esquecer a coincidência de, poucas horas antes do que ocorreu a Cândido Melo, ter sido alvejado o Juvenato Dom Vital (local em que trabalhava o padre Antonio Henrique), havendo os assaltantes – segundo depoimento de duas testemunhas citadas no Relatório da Comissão Judiciária - (parte final do item V), disparado suas armas, aos gritos de CCC? Como esquecer que, segundo o mesmo Relatório, no mesmo item, foi o CCC quem ameaçou o Padre Henrique pelo telefone?”
A nota continuava perguntando: “Porque não se faz uma devassa em regra sobre este famigerado CCC? Como e quando foi organizado? Quem o financia e quem o dirige? Quem são os seus sócios? Onde tem sua sede? Quais os objetivos e quais os feitos desta versão do Ku-Klux-Kan? Houve interesse efetivo em apurar a passagem do CCC pela Universidade Rural? E pela Universidade Católica? E pelos Diretórios Acadêmicos da Escola de Engenharia e da antiga Faculdade de Filosofia, ambas da Universidade Federal de Pernambuco? E pela residência do Arcebispo, duas vezes alvejada e objeto de inscrições com ameaças? E pelo Palácio de Manguinho? Quais os resultados do Inquérito sobre o alvejamento do Juvenato Dom Vital onde funcionam a Cúria Arquidiocesana e os Secretariados Arquidiocesanos e do Regional da CNBB?”
Por que voltar ao caso neste momento?
A indignação ética dos brasileiros/as e, em especial, dos pernambucanos/as, exige que fato como esse agora relatado seja conhecido, refletido e avaliado para que nunca mais volte a acontecer no nosso país – Nunca Mais.
Ao mesmo tempo, é sumamente importante as novas gerações conhecerem seus verdadeiros heróis – os que deram a vida na busca de mais vida.
E numa leitura cristã, repetimos o que diziam os primeiros cristãos: “O sangue dos mártires é semente de novos Cristãos”.
Está de parabéns a Comissão da Verdade e da Memória de Pernambuco!
Share:

POLÍTICA E DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA



O êxodo, os profetas, o reino anunciado por Jesus, são os grandes horizontes da relação entre fé e política como bem comum.
Desde 1891 com a publicação da Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII sobre a questão social até nossos dias, a Igreja Católica tem orientado seus fiéis a participar da construção de uma sociedade justa.
Pão, fraternidade e fé são os fundamentos sólidos da existência humana, são o nosso rochedo sobre o qual peregrinamos de esperança em esperança até a Pátria definitiva, construindo a Pátria terrena: “Assim na terra como no céu”.
Neste catecismo social da Igreja encontramos as mais nobres inspirações para educar-nos sobre nossa participação sócio-política, ou seja, nossa educação para a prática da justiça, da consciência social, da relação entre fé e política.
A participação na política faz parte da missão dos cristãos, diz o Papa. A Doutrina Social da Igreja fundamenta-se em 12 princípios básicos. Estes princípios foram reafirmados no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, publicado em 2004 pela Santa Sé. Vamos pois refletir sobre os princípios éticos da fé e política.
1. A dignidade da pessoa humana: é em nome da pessoa humana como imagem e semelhança de Deus que a Igreja participa da ação social, pois escrevia Pio XI: “Da fábrica moderna a matéria sai enobrecida e os homens e mulheres, envelhecidos”. Ou ainda, a miséria humana é uma “miséria imerecida”. Defendamos o principio de dignidade da pessoa que tem prioridade em relação ao capital, ao lucro e ao trabalho.
2. A fraternidade universal: A Igreja, “perita em humanidade”, respeita as culturas, as diferenças, as iniciativas e religiões de todos os povos e nações, luta pela solidariedade universal, pela paz mundial. Todos somos irmãos e o mundo deverá tornar-se uma grande família. O mundo é uma casa comum. Somos membros de uma família chamada humanidade.
3. O Bem Comum: que é o conjunto das condições de vida de uma sociedade que favorecem o bem-estar e o desenvolvimento humano de todos. Toda a política é um trabalho para o bem de todos. Exorcizemos a miséria, a discriminação, a intolerância, a exclusão.
4. O Direito Natural: ou seja, o consenso comum proveniente da reta razão, do bom senso, da co-responsabilidade de todos, da consciência ética inscrita pelo Criador na própria natureza humana. O direito natural é a base do entendimento entre as culturas e dos direitos humanos.
5. O princípio de subsidiariedade: que consiste em dar espaço e liberdade para as instituições menores. Pelo princípio de subsidiariedade o grande não deve ignorar ou desrespeitar o pequeno. As minorias devem ter seu espaço.
6. A liberdade: um dos direitos mais sagrados da pessoa humana, sem a qual não há democracia cidadania, nem respeito pelas diferenças.
7. O princípio de socialização: é o que chamamos de partilha, de distribuição da renda, de co-gestão nas fábricas, de comunhão e participação dos cidadãos na vida pública. Socialização é o oposto do capitalismo e do egoísmo.
8. A primazia de pessoa em relação ao Estado: o centro da vida social é a pessoa humana e os que governam devem usar o poder para servir a pessoa. Portanto, o Estado (governo) deve estar a serviço da pessoa humana.
9. A primazia do trabalho sobre o Capital: isso é, o trabalhador não é um escravo nem mercadoria dos patrões. A fome do lucro (capital) não pode oprimir, explorar e manipular o trabalhador.
10. A relatividade do direito de propriedade privada: o direito à propriedade privada não é absoluto, mas relativo, pois a destinação dos bens é universal. Eis a função comum do direito de propriedade, o qual não é absoluto.
11. O Direito Internacional: que é o entendimento entre os povos, sua organização jurídica em favor da convivência fraterna entre todas as nações.
12. O princípio da justiça social: que regula os direitos e deveres dos cidadãos, zela pela vida e qualidade de vida, luta pela solidariedade e fraternidade sob a luz da verdade, da liberdade e do amor.
POR PADRE CÉLIO AZEVEDO

Share:

A Ajuda à Igreja que Sofre doará, com a ajuda de seus benfeitores, "Meio milhão de Catecismos YouCat para os jovens.




A Ajuda à Igreja que Sofre doará, com a ajuda de seus benfeitores, "Meio milhão de Catecismos YouCat para os jovens.
Esta iniciativa tem por finalidade a publicação de 500 mil exemplares da edição brasileira do YOUCAT, um catecismo elaborado especialmente para a juventude com prefácio escrito por Bento XVI, e a sua distribuição gratuita para jovens de todo o país por meio do Episcopado brasileiro
Mesmo sem saber, a nova geração tem sede da vida. Precisamos apresentar a essa geração a fonte que não seca.
O pedido dos livros já foi feito. Mais uma vez essa Obra de Amor conta apenas com a caridade dos corações corajosos que se arriscam a doar um pouco do que tem para enraizar Deus nos jovens brasileiros.
Por que a Ajuda à Igreja que Sofre arrisca tanto? A AIS não aprova seus projetos baseada no que ela pode fazer, ela aprova seus projetos baseada no que ela tem que fazer.
Podemos fazer tudo pelo poder de Deus! Ele nos dá a força! Se cada um fizer a sua parte, muito em breve meio milhão de jovens receberão o Catecismo YouCat, aprenderão mais sobre a sua fé e se apaixonarão por Cristo e pela Igreja.
E o mais importante desta campanha: esses quinhentos mil jovens brasileiros serão fermento entre tantos outros jovens da nossa nação. Vamos reconquistar o Brasil para Cristo?!
Share:

PRIMEIRAS REUNIÕES PARA A FESTA DO PADROEIRO SÃO SEBASTIÃO 2012




PRIMEIRAS REUNIÕES PARA A FESTA DO PADROEIRO SÃO SEBASTIÃO 2012

Nos dias 12 e 20 de agosto próximos passados, os coordenadores dos Setores Missionários, Pastorais e Movimentos se reuniram juntamente com Pe. Célio Azevedo para assim avaliarem a festa de 2011 e organizarem a desse ano que acontece de 22 de novembro à 02 de dezembro e que marcará também os 10 anos da fundação da Filarmônica Santa Cecília regida pelo Maestro Totó Medeiros.


Brevemente postaremos aqui em nosso blog, as fotos e informações das Candidatas ao Título de Rainha da Festa 2012, e dos eventos que acontecerão ao longo do período que antecederá a mesma.
Aguardem , muitas novidades já estão sendo pensadas e preparadas para fazerem parte da nossa Festa que esse ano terá a temática sobre o Ano da Fé sobre a Carta Apostólica do Papa Bento XVI que se inicia dia 11 de outubro de 2012 no 50º aniversário de abertura do Concílio vaticano II e se encerra dia 24 de novembro de 2013 solenidade de Cristo Rei do Universo.

Share:

Curta nossa página no Facebook

Seja bem-vindo. Hoje é
Bem vindos ao nosso Blog

Este blog foi feito na intenção de, a nossa Paróquia postar suas mensagens, divulgar seus eventos, noticias, dicas de sites que valem a pena serem visitados.

E agora com muitas novidades: Vídeos, músicas, textos reflexivos, mensagens, etc.

Deixe seu comentário na Página "Seu Recado".

Deus abençoe a todos

Equipe do blog

Postagens mais visitadas

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
A PASCOM é um veiculo de comunicação e divulgação dos trabalhos evangelizadores da Paróquia.
Tecnologia do Blogger.

Editorial

Responsável:
Pe. Luiz Carlos da Silva
Redatores:Wátchino A. Santos
Aurimar Fernandes Medeiros

Seguidores

Total de visualizações

Pe. Luiz Carlos

Pe. Luiz Carlos
Pároco

Seja Dizimista

Seja Dizimista

Arquivo do blog