No cenário de Mateus aparecem novos atores: sai João Batista e entram Jesus e seus colaboradores. Jesus se despede de sua comunidade de Nazaré e passa a morar em Cafarnaum, provavelmente na casa de Pedro. Com a presença de Jesus, a comunidade começa a ver uma luz que brilha em meio aos sinais de morte e traz nova esperança ao povo. A luz é imagem da vida e do poder salvífico de Deus lá onde a opressão impera.
Antes de iniciar sua missão, Jesus deixa de lado o centro do poder, abandona a elite urbana e se dirige para a periferia, unindo-se ao povo sofrido, que vive em meio às trevas…
No Evangelho de Mateus, Jesus, sem dar nenhuma explicação, inicia sua pregação com estas palavras: “Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo”. Sua mensagem é bem resumida – o reino dos céus está próximo – e acompanhada do imperativo: convertei-vos! O reino é a presença salvífica de Deus. Em Jesus, Deus vem para suscitar esperança e vida no povo dominado pelo poder opressor de Roma. É no meio de pessoas vulneráveis que o reinado de Deus se manifesta primeiro.
Diante das necessidades do povo e da missão, Jesus, aos poucos, vai formando um grupo de colaboradores que o auxilie na tarefa. Chama alguns pescadores e os desafia a segui-lo. Pescadores de peixes, são chamados a “pescar homens”. Abandonam redes e barcas para assumir nova tarefa. Deixam para trás a “mentalidade pesqueira” para abraçar o reino, que exige mentalidade nova e novo jeito de atuação. Por isso, abandonam imediatamente tudo e seguem os passos do Mestre. Pedro e André largam as redes e o barco: símbolo do próprio sustento; Tiago e João deixam também o pai: raízes e afetos familiares.
Jesus convida pessoas para segui-lo não por capricho ou simplesmente para se tornarem seus discípulos, mas tendo em vista uma missão: comprometerem-se com seu reino, com seu projeto de libertar os envolvidos pelas forças do mal (mar) e levá-los à plenitude da vida (luz).
Pe. Nilo Luza, ssp
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