COETÂNEOS OU CONSANGUÍNEOS?
O fenômeno já era estudado no tempo de Platão e Aristóteles. A
palavra era homelikién: idades semelhantes: coetaneidade. Os jovens procuram
outros jovens e, na escala de valores, pesa mais a idade do que a
consanguinidade. A voz da idade e dos interesses fica mais forte do que a do
sangue… Nada mudou. A partir dos 13 ou 14 anos o adolescente compara os pais
com seus amigos e não poucas vezes 8 ou 9 entre 10 chances, escolhe os amigos.
É cultural.
Os pais estranham esta fase, porque o filho ou a filha lhes
parecem ingratos, e, em muitos casos muitas vezes, são! Pisam leve como
elefante sobre louças… Confundem o verbo revelar-se com o verbo rebelar-se.
Jesus abordou este fenômeno na parábola do filho pródigo. Na comparação ele
deixa entrever que o mundo não tem a oferecer o mesmo que um bom pai oferece. E
na história, situa a relação de Deus com o mundo e do mundo com Deus.
Na verdade homelikién ou coetaneidade não significa ir embora dos
pais nem chutá-los. Significa, sim, para o adolescente que se rebela enquanto
se revela, que ficará em casa porque ainda não sabe viver lá fora, nem vale a
pena. Mas algum deles tentará puxar os pais até o limite.. Fará de tudo para
mudar algumas regras da casa, já que lá fora as regras são muito mais rígidas.
Desobedecer em casa acaba dando em castigo pequeno, porque mãe é mãe e pai é
pai… Lá fora, se não obedecer e não enturmar e aceitar as leis do grupo não
será aceito. E ser aceito é o que o jovem mais quer; mais lá fora do que em
casa. Como em casa, faça que fizer, ele será aceito; como sabe que, se os pais
o expulsarem de casa, um juiz os punirá por abandono; egoística e espertamente
ele abusa da lei que o protege e torna-se adolescente tirano. Começa a dar as cartas,
sobretudo se os pais não sabem exercer a autoridade.
Sinal vermelho é bom e toda casa deve tê-lo bem perto do sinal
verde… Se os pais tiverem que acioná-lo, acionem! Filho tem que ser permitido e
proibido. Riacho para ser bom não pode ser interrompido ou cerceado, mas pode e
deve ser canalizado. A palavra não é uma excelente palavra para soar em boca de
pai e mãe bem junto da palavra sim, cada qual na sua hora.
Honra
seja feita aos adolescentes e jovens; apenas ínfima minoria segue por este
caminho desastroso de filho pródigo e tirano que faz o que quer na casa dos
pais. A maioria levanta a voz, bate alguma porta, age como se fosse vítima
incompreendida, mas depois ri do seu rompante e trata de fazer as pazes com os
pais, porque sabe que precisa deles e que lá fora as regras são bem mais duras
do que em casa.
“Foi mau, pai. Desculpa lá, mãe. Exagerei” “A senhora não merecia o que eu disse e fiz”. São frases de adolescentes voluntariosos, mas bons filhos. É que isso de ser aceito lá fora e privilegiar a turma e a idade é algo maior do que eles. Um dia eles acham o meio termo. Vale o ditado: “Impaciência de filho se vence com paciência de pai e mãe”. Quem disse que criar filhos não é uma ciência?
“Foi mau, pai. Desculpa lá, mãe. Exagerei” “A senhora não merecia o que eu disse e fiz”. São frases de adolescentes voluntariosos, mas bons filhos. É que isso de ser aceito lá fora e privilegiar a turma e a idade é algo maior do que eles. Um dia eles acham o meio termo. Vale o ditado: “Impaciência de filho se vence com paciência de pai e mãe”. Quem disse que criar filhos não é uma ciência?
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