A DANÇA DAS VELAS
a Igreja celebra dia 02 de fevereiro a festa da luz. Aquela luz que é o próprio Cristo, a iluminar os que andam nas trevas e nas sombras da morte.
Será que a luz da pequena vela
consegue ainda despertar em nós alguma emoção e provocar-nos algum
estremecimento? Porque aquela chama, por pequena e frágil que seja,
simboliza a chama de nossa fé em Cristo, recebida no batismo.
É bem possível que, no festival
colorido de tantas luzes artificiais, a memória daquela pequena chama
tenha se apagado em definitivo. Isso significa que nossa fé em Cristo,
por ela simbolizada, entrou em crise.
Continuamente provada pelas inúmeras
tentações da vida, nossa fé sempre corre perigo de “dançar” ao sabor dos
ventos do materialismo. Oportunistas que somos, confessamo-la nas
situações favoráveis. Levantamo-la quando todos a levantam; escondemo-la
quando há perigo de zombaria ou de perseguição por causa dela.
Há momentos de entusiasmo em que
daríamos até a vida por ela; há momentos em que somos até capazes de
renegá-la. Em outras palavras, na hora em que tudo corre de acordo,
confessamo-nos cristãos; na hora dos reveses, viramos descrentes.
Esta é a “dança” a que nossa fé está
submetida. Mas aquela fé que aprende a dançar ao ritmo dos
acontecimentos humanos não demonstra ter raízes profundas. Cabe-lhe
aprender a permanecer firme: no meio da tempestade e no meio da bonança,
na hora da derrota e na hora da vitória, perante a morte e perante a
vida.
Então, o que estamos fazendo com a
luz da fé que um dia nos foi entregue? A luz é para aquecer e iluminar.
Com tanto frio e tanta escuridão invadindo a terra, não temos o direito
de apagá-la nem de escondê-la debaixo de tampas sepulcrais.
Pe. Virgílio, ssp
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