DEUS OU O DINHEIRO?
A chave para ler o evangelho de hoje
está nas palavras de Jesus: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a
sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo”.
Buscar o reino de Deus é basicamente comprometer-se com a busca da
justiça, com a construção de um mundo fraterno, em que a generosidade
fala mais alto que o egoísmo, e a confiança em Deus se traduz em ações
concretas de resgate da vida humana.
A vida, lembra-nos Jesus, é muito
mais que as preocupações materiais, como comida, bebida ou roupas.
Quando se busca o reino de Deus, essas coisas vêm como consequência. No
entanto, num mundo marcado pelas leis do mercado, no qual só conta quem
tem dinheiro, os cristãos não podem usar essas palavras de Jesus para
justificar uma confiança passiva, como se Deus fosse resolver as
injustiças sociais criadas pelo ser humano. A confiança cristã não cai
no despropósito de jogar para Deus as responsabilidades que são dos
seres humanos.
A idolatria do dinheiro criou e
mantém na miséria muitos filhos de Deus, desfigurados no corpo e
maltratados na alma. Sim, é preciso se preocupar com o alimento e a
roupa, mas esta preocupação é inútil sem a preocupação fundamental pela
busca do reino e sua justiça. Confiar na providência divina, portanto, é
tomar consciência de que somente com Deus podemos começar a viver já
aqui a justiça do reino, aliviando as preocupações e as dores de tantos
irmãos que lutam para sobreviver.
“Dos que vivem em Cristo se espera um
testemunho muito crível de santidade e compromisso. Desejando e
procurando essa santidade, não vivemos menos, e sim melhor, porque,
quando Deus pede mais, é porque está oferecendo muito mais” (DAp 352).
Deus se oferece totalmente e nos pede mais, pede-nos o compromisso com
seu reino. Afinal, onde está nossa confiança? Estamos entregando nossa
vida a Deus e seus filhos ou ao dinheiro e suas traças?
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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