Apenas 18 dos 81 senadores ousaram desafiar o candidato Renan Calheiros, votando em Pedro Taques, um senador ficha-limpa, acima de qualquer suspeita. Renan o Destruidor acabou com todos que se opunham à volta dele à presidência do Senado. Derrotou a campanha pela internet; afinal, é inútil um abaixo-assinado eletrônico com 300 mil assinaturas contra quem recebeu 840 mil votos dos eleitores de Alagoas - quase metade do eleitorado - para voltar ao Senado, em 2010. Em 2007, ele havia renunciado à presidência, no bojo do escândalo da pensão para a filha fora do casamento, supostamente paga por uma empreiteira.
Os apoiadores de Renan denunciavam uma sórdida campanha dos meios de informação, dos chamados formadores de opinião. Mas foi vão o esforço de denunciar favores com recursos do Minha Casa Minha Vida para empreiteira ligada a Renan, ou concessão de rádio para o filho, ou denúncia do Procurador-Geral a respeito de notas frias de venda de gado. Isso é ninharia para quem controla 80% das prefeituras de Alagoas. Ministro da Justiça de Fernando Henrique, teve votos dos tucanos, que estavam de olho na Primeira Secretaria do Senado. Com o apoio de nomes de peso, como Paulo Maluf, José Dirceu, José Sarney e Fernando Collor, Renan foi imbatível. O ficha-limpa Taques não teve a menor chance.
A presidente não quis se meter na escolha, e logo curvou-se ao resultado. Ligou imediatamente para cumprimentar o poderoso Renan, de Castanhal, no Pará, onde entregava residências do já citado Minha Casa Minha Vida. Também por ironia, os poucos que votaram contra Renan, lembraram que o Senado aprovou a Lei da Ficha Limpa. Mas isso não é exclusivo do Senado. Afinal, a Câmara também aprovou a Lei da Ficha Limpa e elegeu depois Henrique Eduardo Alves presidente da Casa, com uma longa lista de denúncias no seu passado e presente.
É o direito de espernear - jus sperneandi, como se comenta no latim inventado - que resta à minoria, submetida à vontade da maioria. Porque a maioria quer isso mesmo, como demonstram as eleições da nossa "democracia". Representantes dos estados da federação, 56 senadores quiseram Renan de volta, para substituir José Sarney. Eleitores e seus eleitos são farinha do mesmo saco, para usar a expressão muito usada por Leonel Brizola. É irrelevante, neste país, pensar sobre que tipo de pão resulta dessa matéria-prima. Porque, afinal, o carnaval bate às portas. Eia, pois, saudemos: Hei! Hei! Hei! O Rei Momo é o nosso rei!
Os apoiadores de Renan denunciavam uma sórdida campanha dos meios de informação, dos chamados formadores de opinião. Mas foi vão o esforço de denunciar favores com recursos do Minha Casa Minha Vida para empreiteira ligada a Renan, ou concessão de rádio para o filho, ou denúncia do Procurador-Geral a respeito de notas frias de venda de gado. Isso é ninharia para quem controla 80% das prefeituras de Alagoas. Ministro da Justiça de Fernando Henrique, teve votos dos tucanos, que estavam de olho na Primeira Secretaria do Senado. Com o apoio de nomes de peso, como Paulo Maluf, José Dirceu, José Sarney e Fernando Collor, Renan foi imbatível. O ficha-limpa Taques não teve a menor chance.
A presidente não quis se meter na escolha, e logo curvou-se ao resultado. Ligou imediatamente para cumprimentar o poderoso Renan, de Castanhal, no Pará, onde entregava residências do já citado Minha Casa Minha Vida. Também por ironia, os poucos que votaram contra Renan, lembraram que o Senado aprovou a Lei da Ficha Limpa. Mas isso não é exclusivo do Senado. Afinal, a Câmara também aprovou a Lei da Ficha Limpa e elegeu depois Henrique Eduardo Alves presidente da Casa, com uma longa lista de denúncias no seu passado e presente.
É o direito de espernear - jus sperneandi, como se comenta no latim inventado - que resta à minoria, submetida à vontade da maioria. Porque a maioria quer isso mesmo, como demonstram as eleições da nossa "democracia". Representantes dos estados da federação, 56 senadores quiseram Renan de volta, para substituir José Sarney. Eleitores e seus eleitos são farinha do mesmo saco, para usar a expressão muito usada por Leonel Brizola. É irrelevante, neste país, pensar sobre que tipo de pão resulta dessa matéria-prima. Porque, afinal, o carnaval bate às portas. Eia, pois, saudemos: Hei! Hei! Hei! O Rei Momo é o nosso rei!
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília e escreve semanalmente em Só Notícias
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