O
papa Francisco pediu hoje aos brasileiros que se mobilizem contra "a
praga social" que representa o tráfico de seres humanos, pois
"a'dignidade é igual para todos", em mensagem que enviou aos fiéis
devido ao início do período da Quaresma.
"Fraternidade e tráfico de seres
humanos" é o tema central da Campanha da Fraternidade de 2014 que será
lançada hoje pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para o
período litúrgico que começa nesta Quarta-Feira de Cinzas com o lema
"Cristo nos libertou para que sejamos livres".
Assim, o papa Francisco pediu em sua
mensagem aos brasileiros que se mobilizem contra a praga social que
representa o tráfico de seres humanos, já que Deus pediu ao mais
necessitado ser livre e ajudar a serem livres também seus irmãos.
"Não é possível permanecer indiferente sabendo que há seres humanos comprados
e vendidos como mercadorias! Levemos em conta as crianças que tem seus
órgãos retirados, as mulheres enganadas e obrigadas a se prostituir, os
trabalhadores explorados, sem direitos, sem voz", lamentou o pontífice
em sua mensagem.
"Chegando a esse ponto, é necessário
um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser
humano seja considerado um objeto, exposto para ser vendido como um
produto ou para satisfazer desejos imorais?", acrescentou o papa
argentino, para responder que aqueles que usam e exploram os seres
humanos indiretamente se tornam cúmplices do abuso.
Francisco também pediu aos
fiéis brasileiros que reflitam sobre a existência desse abuso no plano
familiar. "Pais que escravizam seus filhos, filhos que escravizam seus
pais, cônjuges que esqueceram o chamado desse dom, se exploram como se
fossem produtos de consumo, de usar e descartar; idosos sem um lugar na
sociedade e crianças e adolescentes
sem voz", enumerou Francisco, que ressaltou a grande quantidade de
ataques aos quais estão expostos os valores da família e da convivência
social.
"Como se pode anunciar a alegria da
Páscoa sem ser seres solidários com aqueles aos quais se nega sua
própria liberdade?", questionou o pontífice. "A dignidade humana é igual
para todos os seres humanos: quando firo a do outro, firo também a
minha. É a liberdade para a qual Cristo nos libertou", concluiu.
FOLHAPRESS
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