É PRECISO FESTEJAR
Quando algum membro da família retorna – depois de algum tempo de ausência –, normalmente acontece uma festa de acolhida carinhosa. Também é verdade que, com frequência, algum irmão ou pai reluta em aceitar o retorno daquele que andou vagando pelo mundo.
A história narrada pelo evangelho de hoje revela isto: o pai se alegra e faz festa pelo retorno do filho, mas o irmão resiste a participar da alegria e da festa. A história se repete amiúde também em nossos tempos, muito mais do que imaginamos. Filhos se afastam da família por motivos diversos: desejam assumir a própria vida, são levados pelas drogas, não suportam as incompreensões ou mesmo agressões dos pais ou irmãos, às vezes são até expulsos de casa. Nas comunidades também se veem deserções por falta de compreensão das lideranças ou por falta de testemunho da própria comunidade ou de alguns membros. Também há os que partem por já não sentirem gosto na vida da comunidade e na participação das celebrações.
O pai do evangelho de hoje nos fornece belo exemplo de amor e acolhida. Deus é como esse pai que fica feliz ao ver o filho retornando para casa e prepara um banquete para festejar.
O filho mais novo se aventurou a assumir a própria vida e acabou não administrando bem a herança. Depois de gastar tudo e tomar consciência da situação, inicia o retorno a casa e o processo de conversão.
O filho mais velho é o “justo” da história, “cumpridor das normas e possuidor de direitos”. Ele não necessita de conversão. É calculador, triste “burocrata da virtude”, sem brilho, sem otimismo e sem alegria.
A parábola nos mostra que não basta ser fiel cumpridor das leis e não sair de casa; é preciso ter misericórdia e ser solidário, acolhendo os irmãos e irmãs que não se saíram bem na tentativa de vida melhor. A família e a comunidade devem ser locais de acolhida, amor e perdão. Todos têm direito à redenção, a uma segunda chance.
Pe. Nilo Luza, ssp
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