Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida, é um dos cinco cardeais brasileiros eleitores que se encontram em Roma, convocados para o próximo conclave. Nesta quarta-feira, 27de fevereiro, após participar da audiência geral na Praça São Pedro, concedeu uma coletiva aos jornalistas.
A repórter da Rádio Vaticano Cristiane Murray esteve no Colégio Pio Brasileiro. Dom Raymundo, ao anunciar a renúncia, Bento XVI admitiu seus limites, de idade e de forças, para prosseguir em seu ministério. A decisão de abdicar ao Pontificado, primeira depois de 600 anos, foi considerada ‘humilde e corajosa’, tendo ‘humanizado’ a imagem da Igreja.
O sr. acredita que este gesto vai aproximar os fiéis da Igreja?
“Acho que sim. É um gesto que podemos até dizer ‘profético’, que quer nos dizer alguma coisa. No sentido que o Papa também é o Vigário de Cristo, é aquele que faz as vezes de Cristo, mas quem conduz a Igreja propriamente é Cristo, então primeiro ele nos dá este sinal profético: o Papa é humano, tem seus limites físicos e chega um momento em que ele pode dizer que não tem mais condições de conduzir a Igreja como deveria governá-la, de modo eficiente, com todo o bem que a Igreja exige. É profético neste sentido, um gesto de humildade, de grandeza, coragem. Porque o Papa sabia das repercussões de seu gesto... estamos todos vendo. É algo inusitado que pegou a Igreja de surpresa, embora ele tenha feito alusões à possível renúncia. Mas uma coisa é fazer alusões, outra é renunciar mesmo. A gente nunca sabe se fato isto iria se concretizar. Ele deixou em aberto esta possibilidade. O gesto é profético neste cenário”.
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