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Viver a fé cristã católica em meio a muitas formas de crer


Não basta crer. É preciso crer bem.
De preferência crer com fé cristã católica!

A invasão do religioso na sociedade
 
O novo interesse pelo religioso invade a vida de nossa sociedade das maneiras mais diversas e ganha abrigo, inclusive, em amplos setores das igrejas cristãs, ou, das igrejas que pretendem ser cristãs. De forma polêmica, provocativa e irreverente, o religioso ocupa espaços no cinema, na literatura, no rádio, na tevê, nos jornais, nas revistas nos CDs musicais, nos panfletos. Cria objetos sagrados (vários tipos de rosários, de amuletos), fórmulas mágicas de oração (orações de São Judas, Santa Edwirges, Santa Rita). Aparece nas vestes (camisetas), nos adesivos de carros (Só Jesus salva!), nas dietas alimentares, na música, na política (formação de bancadas evangélicas), no esporte (atletas de Cristo), no lazer (turismo religioso para os santuários cristãos e santuários ecológicos), nas tatuagens e nos florais. Símbolos e imagens de origem cristã aparecem no mesmo ramalhete com outros símbolos de origens diversas, de outros conteúdos e de outros sentidos religiosos (santos, anjos, budas, pretos velhos). Vivemos a proliferação do sagrado, a que denomino, por questão prática, de religioso. Vivemos a fragmentação das formas tradicionais (as Igrejas tradicionais se fragmentam dentro de si mesmas ou para fora de si); a criação de novas formas religiosas e a mistura de tradições religiosas diversas e até contraditórias, formando um tipo de coquetel, ingerido por aqueles que procuram as supostas vantagens e os supostos benefícios de cada tradição, sem assumir compromisso com nenhuma, como a Nova Era.

O religioso na embalagem da mesmice!
 
O religioso invade os meios de comunicação e se mistura com as mesmices de programas de televisão, programas de rádio, de jornais, de revistas, de cinema, de CDs. O religioso vira notícia e produz shows, emoções e provocam novos debates. Atrai milhares de pessoas que querem tocar com as mãos os supostos mistérios e se beneficiarem deles, venham eles de onde vierem, conquanto o resultado seja uma boa terapia ou a promessa de um bom negócio. Tudo pode pertencer ao mundo religioso e adquirir forças sobre-humanas, através das bênçãos, ou, podem perder seu poder maléfico, através de exorcismos, de correntes de oração, de novenas ou de fogueiras santas.
 
Muitas aparições de marias, de seres não identificados (chupa cabra) e de seres extraterrestres (etês), com seus videntes e gurus, trazendo mensagens ameaçadoras e catastróficas, ou, mensagens de fácil digestão, conforme as dietas religiosas de seus clientes e formando comunidades de adeptos, ou melhor, formando sua clientela.

Somos felizes como católicos,
não estamos à procura de igrejas!
 
Diante dos contínuos convites que se recebem para se participar disso ou aquilo, nesta ou naquela igreja, ou, neste ou naquele grupo religioso.
 
Acolher de maneira agradecida e educada as pessoas que fazem tal convite, pois, elas agem de acordo com sua consciência, embora, às vezes, sejam inconvenientes ao fazer tal convite, sabendo que nosso jeito de crer e de praticar o cristianismo é outro. O convite pode chegar a nós bem intencionado, decorrente de uma convicção, mas pode chegar a nós de forma fanática e agressiva, como se nós, que somos católicos, estivéssemos fora da salvação e aguardando uma oportunidade de escolha.
 
Agradecer, mas não se deixar envolver por tais convites, aparentemente muito amigáveis e inocentes, e, até carregados de promessas, mas que no fundo, são uma isca de "agradável aspecto e muito apropriado para abrir a inteligência"(Gen 3,6), ou seja, para nos atrair para sua Igreja. Não ter vergonha de dizer que somos felizes como cristãos católicos.
 
Pois, o trânsito entre Igrejas, e a adesão a grupos e instituições pouco compatíveis com a fé e com a prática cristã católica, por motivos de amizade, por interesse financeiro, por questão de compromissos sociais e por questões familiares, podem levar a um relativismo religioso, principalmente a quem ainda não sabe crer bem, isso é, a quem não tem maturidade suficiente em sua própria fé. E a prática nos ensina que no momento em que for necessário descartar um dos lados, o primeiro a ser descartado é a fé cristã católica, principalmente quando na mistura que se faz entre várias opções, ela se toma a opção segunda. Aquilo que você pensa acrescentar em semelhantes grupos, você pode muito bem fazer, no dia em que assumir seriamente seu compromisso cristão católico. Na Igreja católica, nada falta, para viver em profundidade a experiência de Deus, em Jesus Cristo e no Espírito, e a experiência da fraternidade e da solidariedade humana e divina.
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