O avanço do vício
Recentemente, o Rio Grande
do Norte foi obrigado pela Justiça a custear a internação de um dependente
químico. Segundo a decisão, o estado não oferecia o tratamento adequado para o
caso específico e, por isso, precisava assumir as despesas.
Sem entrar no mérito da decisão judicial, o caso revela um problema alarmante, que todos os potiguares têm conhecimento, mas que, até agora, não se move uma palha sequer na busca por soluções. Não há clínicas públicas para os viciados em drogas ou no álcool no RN.
Todos os dias, em praticamente todas as regiões do estado, jovens
consomem drogas livremente. O tráfico, aliás, é apontado pela polícia como o
principal motivador do aumento nos números da violência. Mas, até agora, não se
discute uma linha ao menos sobre o que fazer com as pessoas que já estão
consumidas pelo poder das drogas.
Em São Paulo, uma medida polêmica permite a internação de
pacientes de forma compulsória. Afinal de contas, na impossibilidade, a última
alternativa é mesmo tentar na base da força. Mas, e no RN? O que devem fazer as
famílias que têm seus filhos levados pelo poder insano dos traficantes?
Já passou da hora do poder público, em todas as suas esferas,
apresentar propostas para recuperar o dependente químico. A medida, além de
devolver um cidadão a sociedade, é extremamente importante para se combater o
tráfico de drogas, crime que existirá sempre enquanto o vício dominar seus
usuários.
Para o próximo ano, as rodas de conversa da política potiguar já
discutem nomes de possíveis candidatos. Seria uma boa hora para que, estes
mesmos citados, revelassem suas opiniões e idéias para tratar os homens de bem
que estão tendo suas vidas destruídas pela droga. É preciso conter o avanço do
vício, sob pena do futuro ficar comprometido para sempre.
Matéria de Danilo Sá (Jornal de Hoje 08/03/2013)
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