MISERICÓRDIA QUE APROXIMA
Com a
pergunta que faz a Jesus, o mestre da lei mostra-se preocupado em garantir para
si a vida eterna. Uma resposta que o entendido em leis conhecia de cor e
salteado: o destino eterno de nossa vida tem que ver com o amor que
demonstramos a Deus e ao próximo nesta terra.
Mas a
segunda pergunta do mestre da lei era quanto ao limite desse amor: quem é meu
próximo, ou seja, quem eu devo amar para cumprir a lei de Deus e receber dele a
vida eterna? Uma resposta que ele também já conhecia, pois, no ambiente de então,
o próximo de um judeu era alguém igual a ele, ou seja, outro judeu. Não,
definitivamente, um samaritano, considerado impuro e inimigo.
É a
ocasião para Jesus contar uma parábola, a fim de mostrar ao mestre da lei o que
realmente importava: não se trata de saber quem é o próximo, mas de fazer-se
concretamente próximo dos outros, superando inclusive preconceitos e barreiras
culturais e religiosas.
A
misericórdia daquele bom samaritano salva o homem assaltado e deixado quase
morto no caminho. É o espelho da misericórdia de Deus, que Jesus vem mostrar e
realizar no amor que não conhece limite, na solidariedade que supera a
hipocrisia.
A resposta
de Jesus, portanto, fez o entendido na lei de Deus refletir sobre suas atitudes
para com quem estava necessitado. No amor pelos necessitados se demonstra o
amor a Deus, que leva à vida eterna. Pensamos hoje em tantos bons samaritanos
que fizeram a diferença, que mudaram o mundo porque ajudaram a mudar vidas
concretas. Pensamos, sobretudo, no Bom Samaritano, o Mestre que nos ensina a
fazer o bem sem olhar a quem. Suas palavras ressoam hoje: “Vá e faça o mesmo”.
Declarar-se
por uma religião e por uma vida piedosa não é garantia de nada, sobretudo se
passamos adiante, alheios aos filhos de Deus caídos em nosso caminho.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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