Todos os
títulos e grandezas de Maria dependem do fato colossal de sua maternidade
divina. Maria é imaculada, cheia de graça, Co-redentora da humanidade, Rainha
dos Céus e da Terra e Medianeira universal de todas as graças, etc., porque é a
Mãe de Deus. A maternidade divina A coloca a tal altura, tão acima de todas as
criaturas que São Tomás de Aquino, tão sóbrio e discreto em suas apreciações,
não hesita em qualificar sua dignidade como sendo de certo modo infinita. E seu
grande comentarista, o Cardeal Caietano, diz que Maria, por sua maternidade
divina, alcança os limites da divindade. Entre todas as criaturas, é Maria, sem
dúvida alguma, a que tem maior afinidade com Deus.
Assim, no
dizer de outro eminente mariólogo "o dogma mais importante da Virgem Maria
é sua maternidade divina". É o primeiro alicerce sobre o qual se levanta o
edifício da grandeza mariana. É este um fato que excede de tal modo a força
cognoscitiva do homem que deve ser enumerado entre os maiores mistérios de
nossa fé.
Que uma
humilde mulher, descendente de Adão como nós, se torne Mãe de Deus, é um
mistério tão sublime de elevação do homem e de condescendência divina, que
deixa atônita qualquer inteligência, angélica ou humana, nos séculos e na
eternidade.
Maria,
verdadeira Mãe de Deus
Para que
uma mulher possa dizer-se verdadeiramente mãe, é necessário que subministre à
sua prole, por via de geração, uma natureza semelhante (ou seja,
consubstancial) à sua.
Suposta
esta óbvia noção da maternidade, não é tão difícil compreender-se de que modo a
Virgem Santíssima possa ser chamada verdadeira Mãe de Cristo, tendo Ela
subministrado a Cristo, por via de geração, uma natureza semelhante à sua, ou
seja, a natureza humana.
A
dificuldade surge, porém, quando se procura compreender de que modo a Virgem
Santíssima pode ser chamada verdadeira Mãe de Deus, pois não se vê bem, à
primeira vista, de que modo Deus possa ser aqui gerado. Não obstante isso, se
se observar atentamente, as duas fórmulas: Mãe de Cristo e Mãe de Deus, se
equivalem, pois significam a mesma realidade e são, por isso, perfeitamente
sinônimas. Nossa Senhora, com efeito, não é denominada Mãe de Deus no sentido
de que houvesse gerado a Divindade (ou seja, a natureza divina do Verbo) e sim
no sentido de que gerou, segundo a humanidade, a divina pessoa do verbo.
O sujeito
da geração e da filiação não é a natureza, mas a pessoa. Ora, a divina pessoa
do Verbo foi unida à natureza humana, subministrada pela Virgem Santíssima,
desde o primeiro instante da concepção; de modo que a natureza humana de Cristo
não esteve jamais terminada, nem mesmo por um instante, pela personalidade
humana, mas sempre subsistiu, desde o primeiro momento de sua existência, na
pessoa divina do Verbo. Este e não outro é o verdadeiro conceito da maternidade
divina, tal como foi definida pelo Concílio de Éfeso, em 431.
Em suma,
"Maria concebeu realmente e deu à luz segundo a carne à pessoa divina de
Cristo (única pessoa que há nEle), e, por conseguinte, é e deve ser chamada com
toda propriedade Mãe de Deus.
Não
importa que Maria não haja concebido a natureza divina enquanto tal (tampouco
as outras mães concebem a alma de seus filhos), já que essa natureza divina
subsiste no Verbo eternamente e é, por conseguinte, anterior à existência de
Maria. Ela, porém, concebeu uma pessoa - como todas as demais mães -, e como
essa pessoa, Jesus, não era humana, mas divina, segue-se logicamente que Maria
concebeu segundo a carne a pessoa divina de Cristo, e é, portanto, real e
verdadeiramente Mãe de Deus.
por
GaudiumPress
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